Marcelo Amorim durante a banca
(Foto: Arquivo pessoal)
Na última semana, o farmacêutico Marcelo Vitor de Paiva Amorim, que atua no Laboratório de Controle da Qualidade do NUPLAM defendeu sua tese de doutorado no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Inovação Tencológica em Medicamentos (PPgDITM/UFRN). O trabalho, intitulado “Aplicação do infravermelho próximo aliada à calibração multivariada para construção da tecnologia analítica em processo na produção da Olanzapina comprimidos revestidos” consiste na criação de ferramentas estatísticas para realização de análises de medicamentos no momento em que são produzidos utilizando a técnica da espectroscopia na região do infravermelho próximo.
A espectroscopia na região do infravermelho próximo permite o levantamento de dados físico-químicos através da transmissão, absorção ou reflexão de radiação incidente em uma amostra. Na pesquisa, a técnica foi aplicada para analisar o teor da substância Olanzapina na presença dos excipientes da formulação. O fármaco é usado no tratamento contra os sintomas positivos e negativos da esquizofrenia, transtorno bipolar e outras psicoses.
Sobre a tese, Marcelo Amorim diz “nesse primeiro passo, trabalhei com as fases iniciais da produção, que são mistura e a granulação, os próximos passos seriam trabalhar com os comprimidos e, caso dê certo, poderemos implementar na produção de qualquer fármaco. A ideia é poder usar em qualquer linha de fabricação, seja de medicamento sólido ou líquido” e ressalta que o trabalho “tem uma perspectiva de longo prazo porque hoje em dia a técnica não é requerida pela Anvisa, mas traz mais segurança para a indústria conhecer tudo que produz e não só realizar apenas uma amostragem”.
A Tecnologia de Processos Analíticos (PAT, na sigla em inglês) introduz abordagens inovadoras na produção de medicamentos, como melhorias no controle do processo e na compreensão dos procedimentos realizados para aumentar a eficiência. A perspectiva é que futuramente seja possível instalar equipamentos que obtenham informações, segundo Marcelo Amorim, chamadas de espectros, através da aplicação do infravermelho próximo. A técnica empregada por Amorim no desenvolvimento da pesquisa tem ganhado amplo uso na indústria, pois não necessita de tratamento nas amostras, ausência da produção de resíduos e possibilita análises rápidas.
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